mapeando: correio*, salvador

17/05/2010

o destaque dado à participação do leitor no correio* é comparado ao destaque da sessão na página inicial do correio24horas: pé de página, ao lado da logo e do endereço da rede bahia, empresa da qual o jornal faz parte. o link da barra principal – que vem depois ainda do início e da sessão de últimas (24h) – engana: clicar no bendito “vc no correio” é ser levado a uma página composta por “fóruns” (leia-se enquetes de resposta aberta), uma barra lateral de fotos enviadas pelos leitores, seguidas logo abaixo de enquetes propriamente ditas, do tipo “sim ou não”, e de opiniões do leitor.

parece descaso. nada na página parece ter sido postado a menos de algumas semanas. destaque para a opinião do leitor sobre o adiamento do enem (que ocorreu em outubro do ano passado). o clique na barra de fotos leva a uma matéria de julho do ano passado, que serve apenas como mostra das imagens enviadas e propaganda do espaço, não fazendo conexão alguma com qualquer notícia ou fato. o que é de se estranhar, considerando que a fotografia tem sido, ao menos na minha reles observação a maneira mais fácil e mais incentivada de participação de leitores, a imagem que ilustra o flagrante que a equipe de reportagem chegou muito tarde para registrar; isso para não entrar na questão dos vídeos de “cinegrafistas amadores” que hoje estão em quase todos os telejornais.

além do atraso os temas são gerais, parecem buscar um comentário descompromissado sem esperar – e se esperam não o incitam – que o leitor volte à página para acompanhar o tema em que participou. ainda assim, o clique na página de fóruns é uma surpresa. duas quase; a primeira são os temas apresentados. a surpresa de fato é perceber que não apenas há respostas, como há diálogos entre alguns dos participantes do fórum. estranho, no caso da postagem sobre cuidados com a dengue, é ver alguém respondendo à pergunta que encabeça o fórum. nos mais de quinze dias de postagens (não, eu não consegui ir até o final para ver há quanto tempo escrevem ali) há troca de informações sobre futebol, campanha presidencial, surto e vacinas contra a meningite, violência urbana etc., além de pequenas conversas pessoais – que só aumentam a certeza de que as pessoas ali já se conversam há algum tempo.

o caso não é o mesmo em todos os fóruns, mas por si só já diz alguma coisa: às vezes, e talvez de alguma forma isso seja muito, basta um espaço para que as pessoas tomem como seu. eu termino esse texto pensando nisso. mais do que em qualquer outro projeto que conheço, os participantes fazem a comunicação existir.

vamos ver se eu tomo isso como exemplo e tomo conta desse meu espaço aqui.